Seguidores

terça-feira, 30 de julho de 2013

Rituais invasivos

 Está matéria conta com a minha participação!

Rituais invasivos

Atos e pensamentos compulsivos? Manias em excesso? Esses sintomas podem significar TOC e merecem toda a atenção
Verificar várias vezes se a porta está fechada. Ligar e desligar a lâmpada seguidamente. Limpar repetidamente a mesa. Conferir incansavelmente se o despertador está programado. Esses são apenas alguns exemplos de situações cotidianas de quem tem TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo), repetição compulsiva de um determinado comportamento ou pensamento.

Frescura que nada. "Em casos graves, impede o paciente de ter uma rotina normal, como trabalhar, estudar, frequentar igreja, supermercados, é um tormento diário, algo que parece nunca ter fim", conta a psicóloga Regina Deichmann Ferrarezzo.

A doença também pode se manifestar apenas por meio de pensamentos obsessivos. "O paciente pensa a mesma coisa por dezenas, centenas de vezes, impedindo de prestar atenção em algo, em dormir, em trabalhar", explica a psicóloga, que ainda alerta para uma terceira, e mais severa forma de TOC. "É a pior forma, pois apresenta os dois anteriores juntos na mesma pessoa. É muito sofrimento", destaca.

Probabilidade
O psicólogo cognitivo comportamental Flávio Mesquita explica que é comum os sintomas surgirem próximo à adolescência. "É uma época em que o sujeito encontra-se sob pressão de uma série de critérios e ainda não conseguiu 'aprender' a lidar com a ansiedade. Por isso acaba desenvolvendo mecanismos inadequados que servem para aliviar a ansiedade, os chamados 'rituais", conta.

Cuide-se
Se você tem pensamentos obsessivos e rituais compulsivos, deve procurar ajuda. O diagnóstico é clínico, ou seja, não existe um exame. "Para receber o diagnóstico de TOC é necessário que o indivíduo tenha os sintomas ou atos compulsivos na maioria dos dias, por pelo menos duas semanas consecutivas. Deve estar causando incômodo", explica Regina. Para tratar a doença, é preciso ter acompanhamento psiquiátrico para o uso de medicamentos e, também, de psicólogo, para a realização de psicoterapia.
Rituais invasivos
Paulo* não saia de casa antes de beijar várias vezes as imagens dos santos
José Roberto Bueno / O Liberal
Na pele!
Paulo* teve TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo) dos 15 aos 18 anos. Hoje, com 20 anos, o estudante faz tratamento no centro espírita, usa medicação e, também, faz terapia. Ele afirma que está super bem, mas nem sempre foi assim. "Cheguei num ponto que eu não conseguia mais dormir, minha vida era angustiante", conta. Pensamentos obsessivos eram um dos grandes incômodos, mas rituais compulsivos também atormentavam o jovem. "A cabeça ficava pensando coisa ruim e eu tinha várias manias. Deixava tudo arrumadinho, um tênis um na frente do outro, na posição exata, ficava meia hora arrumando para nada. Tinha vários santinhos, antes de sair de casa tinha que beijá-los umas duzentas vezes", explica.

Para Paulo, que hoje não tem mais TOC, o único caminho é procurar tratamento. "O problema é a pessoa não assumir que tem, mas é uma doença como outra qualquer", conclui.

* A identidade foi preservada a pedido da fonte

4 comentários:

  1. Regina, o difícil mesmo é a pessoa reconhecer que tem o problema, pois daí adiante é somente tratar.
    Gostei de sua presença no Misturação.
    Obrigada
    Xeros

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Ana,
      É verdade! Perceber e pedir ajuda é algo essencial para o tratamento.
      "xeros"
      bjs

      Excluir
  2. Obrigada por compartilhar assunto tão importante!!!
    Sempre contribuindo para o nosso conhecimento!
    Um grande abraço,
    Lu

    ResponderExcluir

Deixe seu recado, sugestão de post!
Obrigada!

Voltar ao topo